Desde 27/12/1943, quando foi instalada a administração do Governo Federal, no Território Federal do Amapá, sob o comando do Coronel Janary Gentil Nunes e quando se fixaram as diretrizes do planejamento nos diversos setores da atividade, decidiu-se entre as várias alternativas para geração de energia, pelo aproveitamento hidroelétrico proporcionado pela Cachoeira do Paredão no Rio Araguari.
Entre os motivos da escolha ressaltamos a queda natural de aproximadamente nove metros, tendo em sua montante um vale que apresentava-se bastante aberto com encostas pouco íngremes que se elevavam em ambas as margens a pouco mais de 15 metros, constituindo localmente as serras conhecidas como Mongubas na margem esquerda e Pancada na margem direita.
Nas proximidades do salto principal possuia o Rio Araguari largura da ordem de 1000 metros, estreitando-se por 380 metros, depois de mudar bruscamente de direção e situando-se então entre margens íngremes passando a correr em vale apertado.
Entre outros motivos da escolha destacamos sua posição geográfica, situada a 100 Km do braço norte do Rio Amazonas, em ponto quase central do Território amapaense, tanto ao norte como ao sul dentro de um raio de 150 Km, dando ensejo a formação de importante parque agrícola e industrial, pois o rico solo do Amapá conta com os recursos e elementos adequados ao sucesso de tais iniciativas, possibilitando assim um grande desenvolvimento com a instalação da potência total do aproveitamento, visto que será possível cobrir quase ¾ do território com sua zona de influência.
O primeiro estudo para o aproveitamento deste potencial é do ano de 1950, quando o Governo do Território Federal do Amapá contratou a Companhia Brasileira de Engenharia, que executou um estudo para uma potência de 100 Mw, com 08 unidades de 12,5 Mw, o técnico projetista foi o Engenheiro Mauro Thibau, Ministro de Minas e Energia no período de abril de 1964 à março de 1967.
No dia 25 de junho de 1954, o Diário Oficial da Capital da República, Rio de Janeiro, publicou decreto número 35.701 de 23 de junho de 1954, assinado pelo então presidente Getúlio Vargas e pelo ministro Osvaldo Aranha, no qual o presidente usando de suas atribuições e conforme o disposto no artigo número 150 do Código de Águas, atribuiu ao Território Federal do Amapá., a incumbência de promover o aproveitamento do potencial hidroelétrico do Paredão no Rio Araguari.
“... o aproveitamento hidroelétrico do Rio Araguari constituí acalentada esperança dos estudiosos dos problemas econômicos do Território do Amapá, sujeito a tremendas crises de energia elétrica , vendo sua cidades e vilas as escuras há mais de vinte anos, as populações da Amazônia, inclusive a amapaense assistem a evasão dos lucros de seu trabalho realizados com tremendo sacrifícios através da industrialização de suas matérias primas noutras plagas, porque a falta de energia constante e barata afugenta as indústrias de sua área geográfica. Não sendo numerosas as quedas d’água na região, a utilização de uma delas abre novos horizontes, atrai interesses e anima coletividade”. (Projeto CEA, 1955).
Gilson Carlos
Historiador
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